No Caprichoso o talento nasce cedo, mas é lapidado com zelo. Neste 15 de abril, Dia Mundial da Arte e do Desenhista, o Boi celebra não apenas uma data, mas a estrela brilhante da sua criação visual: a Escola de Arte do Caprichoso, que celebra 28 anos de fundação, um verdadeiro celeiro de talentos que molda o futuro do Boi desde o traço inicial até o grandioso espetáculo na arena.
Foi dentro da Escola de Arte que jovens artistas começaram sua trajetória no universo criativo azul e branco. Foram formados por mestres, orientados por conselheiros e integrados muito cedo ao processo de construção do projeto visual. A partir dalí, cada desenho se transforma em fundamento para alegorias, figurinos, acessórios e tudo o que emociona o público na arena do Bumbódromo.
O conselheiro de arte do Boi Caprichoso, Rainer Canto, é um dos nomes que acompanha de perto esse processo. “Faço parte da criação do primeiro rascunho junto ao Conselho de Arte, mas a parte visual, quando vai para o desenho oficial, está nas mãos desses artistas. O olhar que tenho sobre nossa profissão é de total essencialidade. Desde quando o Boi começou a se entender como projeto, o desenho passou a ser indispensável. Antes era mais livre, intuitivo, feito com materiais da natureza. Hoje, o desenho é o ponto de partida de tudo”, informou.
Segundo Rainer, essa mudança elevou o papel do artista visual no Festival. “A escultura, o figurino, a cenografia, tudo nasce a partir do desenho. É a pré-visualização do que será erguido, vestido, pintado. E esse trabalho começa cedo, com os jovens da Escola de Arte já envolvidos desde os primeiros meses de concepção do projeto”.
Um desses jovens talentos, também cria da Escola de Arte é o desenhista Jr. Fuziel, que hoje integra a linha de frente da equipe criativa. “Hoje é um dia especial pra gente. Comemoramos o Dia do Desenhista e nosso papel aqui é fundamental. O espetáculo que o público vê na arena começa nesses traços. Tudo é planejado com muita antecedência, em silêncio, com atenção aos detalhes. É um trabalho sigiloso, mas de extrema importância”.
Fuziel destaca o compromisso profissional em manter um nível de espetáculo alto, marca do boi Caprichoso. “Aqui dentro, a gente vive o desafio de fazer sempre melhor. Somos tricampeões, e isso aumenta nossa responsabilidade. Queremos entregar um projeto ainda mais grandioso, mais marcante”, revela.
Para além do talento, Rainer ressalta a dedicação como diferencial. “Aqui se fala muito de dom, que é mesmo uma dádiva, mas tem também a parte da disciplina, do estudo, da entrega. A Escola de Arte formou artistas completos. Nossos meninos e meninas se destacam, porque se dedicam, porque entendem que estão construindo algo que é maior do que eles: estão desenhando a alma do Boi”, ressalta.
Neste 15 de abril, o Caprichoso homenageia os artistas que dão forma ao seu espetáculo, e exalta a arte como base, essência e força propulsora da cultura popular.
Fotos: Sanler Cardoso
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