A reintegração de posse realizada pela Polícia Militar nesta terça-feira, no loteamento Shanghai, em Parintins, teve grande repercussão entre os moradores. A operação garantiu a devolução do terreno aos proprietários legais e resultou na prisão de quatro homens por resistência à ordem judicial. A ação faz parte dos esforços do Judiciário e das forças de segurança para conter a crescente invasão de terras na cidade.
A população tem se manifestado favoravelmente às reintegrações, destacando que as invasões se tornaram um comércio ilegal de terrenos, envolvendo até a destruição de áreas de preservação ambiental. Para muitos, a ocupação irregular não atende a uma necessidade habitacional legítima, mas sim a um esquema de compra e venda de terras alheias.
"Tá sendo o comércio de terra, a preço de nada. Se fossem pra morar, eu ainda dava razão, pelo fato de o poder público não resolver a situação de moradia para as pessoas que realmente precisam. Sou contra essas invasões clandestinas", declarou Dionéia Muniz.
Paulo Elias Cursino criticou o impacto social gerado pelas invasões. "Invadem, montam barracos e depois querem que o poder público dê assistência social. E dizem que estão esquecidos. Se a terra não é sua, não invada... Trabalhe e lute para ter o seu de forma honesta e legal", afirmou.
Já Joelma Farias reforçou que essa prática se tornou um ciclo vicioso. "Tem que acabar com esse vício. Invadem um lugar, vendem, depois invadem outro, e sempre são as mesmas pessoas. Assim, o município nunca fica organizado. Tá na hora de dar um basta", disse.
Mayse Garcia relatou que a venda ilegal de lotes tem ocorrido em diferentes áreas. "Um dia desses invadiram próximo ao SENAC. Mês passado eu vi estarem vendendo terreno lá a preço de banana", afirmou.
Além dos problemas sociais e urbanos, há também impactos ambientais, como destacou Elton Ferreira. "Os invasores derrubam tudo, acabam com as reservas florestais protegidas por lei e ainda espalham fogo. Essa prática tem que parar. É preciso identificar os líderes que incentivam essa irresponsabilidade", disse.
Para Gustavo Carneiro, a atuação da Justiça foi essencial para proteger o patrimônio de sua família. "Justiça sendo feita. A conquista de toda a vida do meu pai e da minha mãe não ia ser dissolvida assim tão fácil", desabafou.
Rubia Duarte destacou que muitas das pessoas envolvidas nas invasões já possuem outros terrenos e atuam na revenda ilegal. "A justiça seja feita. Tem gente que tem terreno nas quatro invasões. Do ano passado pra cá já houve mais de seis invasões de terras particulares. E sempre as mesmas pessoas fazendo compras e vendas de terras alheias. Essas pessoas se organizam para cometer crimes, e por que não se organizam para cobrar o poder público? O PAC tem tantos programas de moradia", questionou.
A Polícia Militar afirmou que continuará realizando as reintegrações de posse conforme as determinações da Justiça, garantindo o cumprimento da lei e o combate à ocupação irregular de terras em Parintins.
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