Os cigarros eletrônicos, conhecidos popularmente como ‘pen drive’ ou ‘vape’, surgiram em 2003, com a ideia de ajudar os fumantes a largarem o cigarro convencional. No entanto, devido aos sabores e formatos diferentes, acabaram atraindo um novo público: adolescentes e jovens. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) chama a atenção para o tema. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 70% dos usuários têm, atualmente, entre 15 e 24 anos.
O cardiologista Aristóteles Alencar, médico da SES-AM, alerta para o fato de que, nos últimos anos, vem aumentando o número de jovens que utilizam os cigarros eletrônicos, alheios aos riscos que o uso traz para a saúde.
“A diferença entre cigarro eletrônico e o convencional é a constituição química. Os vapes supostamente contém concentrações menores de nicotina, que se encontra no estado líquido. Por outro lado, eles apresentam mais de 80 substâncias tóxicas que variam de acordo com o produto. Então, não se deixe enganar pelas novidades dos dispositivos eletrônicos, pois eles também trazem riscos à saúde”, explica o médico.
As principais ameaças do consumo do cigarro eletrônico são o surgimento de câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares, como infarto, morte súbita e hipertensão arterial. Há, ainda, a possibilidade de se contrair a doença pulmonar chamada Evali, sigla em inglês para lesão pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico ou vaping.
De acordo com o especialista, em relação aos cigarros convencionais, Manaus é uma das cidades com menor índice de fumantes no Brasil. Porém, ele acredita que possa haver aumento do tabagismo por via do cigarro eletrônico, caso não haja uma conscientização da população.
“Na SES-AM, temos o Programa Estadual de Controle do Tabaco. A maioria dos municípios amazonenses já implantou também. Em Manaus, temos os ambulatórios de fumantes. Vamos iniciar agora campanhas mais direcionadas a esse tipo de dependência à nicotina, principalmente, junto a jovens e adolescentes”, afirma o cardiologista.
Tratamento
Interessados em interromper o vício devem procurar a unidade de saúde mais próxima de casa ou do trabalho. A SES-AM coordena o Programa de Controle do Tabagismo no Amazonas, seguindo as diretrizes da Coordenação Nacional do Programa de Controle do Tabagismo/ Instituto Nacional do Câncer (INCA/MS). A pasta administra, ainda, o tratamento e atendimento aos pacientes nas Unidades Básicas de Saúde do estado, além da prevenção para que o hábito não atinja mais pessoas, por meio de Campanhas educativas constantes, principalmente nas escolas.
A rede do Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, gratuitamente, o acesso à abordagem cognitivo-comportamental, material de apoio e, quando houver indicação, tratamento medicamentoso com terapia de reposição de nicotina (TRN), pelos adesivos transdérmicos, e do tratamento não nicotínico com cloridrato de bupropiona.
FOTO: Divulgação/SES-AM
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