O Festival de Parintins, realizado pelo Governo do Amazonas, é um dos eventos culturais mais importantes do país. A festa é reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Neste ano, a celebração acontece nos dias 28, 29 e 30 de junho, diretamente da Ilha Tupinambarana, Parintins, (a 369 quilômetros de Manaus).
O evento é uma disputa entre os bois-bumbás Caprichoso e Garantido, que contam lendas e histórias dos povos originários. O espetáculo envolve 21 itens, que são divididos em blocos, de acordo com suas características. O Bloco A compreende quesitos comuns e musicais; o Bloco B, itens relativos à cenografia e coreografia; e o Bloco C reúne a parte artística do evento.
O Bloco A é o bloco comum/musical. Nele, além dos itens avaliados, principalmente, pelos aspectos musicais, também estão o apresentador, a galera e a organização do conjunto folclórico. São critérios de avaliação: Disposição em que se encontram suas diversidades (tribos, itens individuais, etc.), harmonia, velocidade de apresentação, liberdade de movimentos na arena e tempo compatível.
O Bloco B é o bloco cênico-coreográfico. Nele são avaliados os itens teatrais e de dança do Festival de Parintins. Aqui fica a maioria dos itens individuais como Pajé, Sinhazinha e Cunhã-Poranga.
No Bloco C estão todas as recriações artísticas feitas durante a apresentação dos bois, como ritual e povos indígenas, além das alegorias, grandes destaques do Festival de Parintins.
Para garantir a imparcialidade na competição, as apresentações são rigorosamente avaliadas desde a harmonia musical até a performance dos personagens principais. Conheça abaixo todos os itens que integram o festival:
Item 1 – Apresentador: Anfitrião, Mestre de Cerimônia, Porta voz do espetáculo que leva ao conhecimento do espectador a apresentação dos itens disputantes.
Critérios de avaliação: Bloco A. Individual. Domínio do espetáculo e de público, fluência verbal, dicção, interação com a galera, atenção ao desenvolvimento do espetáculo.
Item 2 – Levantador de Toadas: Intérprete da trilha sonora do espetáculo.
Critérios de avaliação: Bloco A. Individual. Interpretação, afinação, dicção, timbre e técnica de canto, variedade de decisões interpretativas.
Item 3 – Marujada e Batucada: Conjunto que faz o acompanhamento percussivo das toadas, sendo base para o espetáculo. A Marujada compõe o Caprichoso e a Batucada compõe o Garantido.
Critérios de avaliação: Bloco A. Coletivo. Ritmo, cadência, equilíbrio na conjugação dos sons emitidos pelos instrumentos, variação rítmica, afinação.
Item 4 – Ritual Indígena: Representação artística de uma celebração ou rito indígena, fundamentado em consonância ao espetáculo do boi-bumbá.
Critérios de avaliação: Bloco C. Estrutura artística. Reconstrução visual, cênica e performática da celebração ou rito proposto. Indumentária, adereços e alegoria na organização visual como um todo, representação visual e cênica da toada cantada na apresentação do ritual.
Item 5 – Porta-estandarte: Brincante que conduz o estandarte símbolo do bumbá.
Critérios de avaliação: Bloco B. Individual. Dança e performance, indumentária, interação entre o Item e o estandarte, habilidade e consciência dos movimentos durante apresentação, domínio corporal, percepção e domínio do espaço cênico.
Item 6 – Amo do Boi: Representa o dono da fazenda que entoa versos dentro dos fundamentos do espetáculo.
Critérios de avaliação: Bloco A. Individual. Timbre, afinação, fluência na dicção, capacidade de improvisar melodias, versos e qualidade poética.
Item 7 – Sinhazinha da Fazenda: Representa a filha do dono da fazenda no Auto tradicional do Boi-Bumbá de Parintins.
Critérios de avaliação: Bloco B. Individual. Dança, performance e evolução, indumentária, graça e leveza, interação entre o Item e o boi-bumbá, sincronia dos movimentos coesos à apresentação, domínio do espaço cênico.
Item 8 – Rainha do Folclore: Representa a diversidade das manifestações da cultura popular brasileira.
Critérios de avaliação: Bloco B. Individual. Dança, performance e indumentária, composição da personagem, habilidade e consciência dos movimentos durante apresentação, domínio corporal, percepção e domínio do espaço cênico.
Item 9 – Cunhã-Poranga: Mulher bonita em Nheengatu, que representa os povos indígenas.
Critérios de avaliação: Bloco B. Individual. Dança, performance e indumentária, habilidade e consciência dos movimentos durante apresentação, domínio e expressão corporal, percepção e domínio do espaço cênico.
Item 10 – Boi-bumbá (evolução): Boi escultórico articulado que é o símbolo maior da manifestação popular de Parintins, manipulado pelos denominados tripas do boi.
Critérios de avaliação: Bloco B. Individual. Evolução da performance de acordo com a toada, domínio do boi e do espaço cênico, variação no repertório de movimentos.
Item 11 – Toada (Letra e Música): gênero musical popular do Boi de Parintins, suporte lítero-musical do festival.
Critérios de avaliação: Bloco A. Abstrato. Melodia, Letra, harmonia, arranjo e interpretação.
Item 12 – Pajé: Personagem arquétipo do curandeiro, xamã, sacerdote indígena considerando a referência sagrada, mística e mitológica dos povos indígenas.
Critérios de avaliação: Bloco B. Individual. Composição e interpretação cênica, habilidade e consciência corporal, variação do repertório de movimentos e domínio do espaço cênico, composição da personagem, performance cênico/dramática, performance corpo/coreográfica, adequação da personagem à temática e caracterização.
Item 13 – Povos Indígenas: Brincantes que representam os grupos étnicos que compõem os povos indígenas da Amazônia e/ou do território brasileiro.
Critérios de avaliação: Bloco C. Coletivo. Indumentária, encenação, representação visual dos povos apresentados, sincronia dos movimentos da encenação e o ritmo coerente na organização visual como um todo, evolução da performance de acordo com as toadas, domínio do espaço cênico.
Item 14 – Tuxauas: Brincantes que representam os chefes dos povos indígenas, por meio de indumentárias que simbolizam o cocar alegórico.
Critérios de avaliação: Bloco C. Coletivo. Cocar alegórico e indumentária adequados a temática proposta, equilíbrio, acabamento e harmonia na composição visual, domínio do espaço cênico, evolução em sincronia durante a apresentação.
Item 15 – Figura Típica Regional: Estrutura artística alegórica e cênica que representa a identidade regional do amazônida em sua diversidade.
Critérios de avaliação: Bloco C. Artístico. Recriação da diversidade étnica e cultural amazônicas, organização dos elementos visuais, figurinos, adereços e alegoria, representação visual e cênica da toada cantada na apresentação da figura típica.
Item 16 – Alegorias: Estruturas artísticas que funcionam como suporte cenográfico para as apresentações.
Critérios de avaliação: Bloco C. Artístico. Adequação dos elementos visuais da alegoria à temática proposta com a funcionalidade de significação dos símbolos e formas, dentro do contexto do espetáculo boi-bumbá. Coerência na utilização de elementos plásticos-visuais em que o resultado tenha harmonia e equilíbrios das formas, cores, texturas, acabamento e movimentos alegóricos.
Item 17 – Lenda Amazônica: Estrutura artística alegórica e cênica. Narrativa que ilustra a cultura dos povos da Amazônia dentro do contexto do espetáculo.
Critérios de avaliação: Bloco C. Artístico. Recriação visual, cênica e performática das cosmologias que orientam o cotidiano, festividades, condutas e crenças, organização dos elementos visuais, como indumentária, adereços e alegoria, representação visual e cênica da toada cantada na apresentação da lenda amazônica, plástica e acabamento.
Item 18 – Vaqueirada: Brincantes que representam a figura dos vaqueiros no contexto histórico, os guardiões do boi-bumbá.
Critérios de avaliação: Bloco C. Coletivo. Adequação dos elementos visuais, como indumentária, cavalinho e lança à temática, equilíbrio e harmonia dos acabamentos utilizados na composição visual, sincronia e ritmo na movimentação da Vaqueirada, domínio do espaço cênico durante a apresentação dos personagens que compõem o item.
Item 19 – Galera: Torcedores dispostos nas arquibancadas laterais gratuitas, que formam coreografias uníssonas e organizadas no contexto do espetáculo.
Critérios de avaliação: Bloco A. Coletivo. Animação, sincronia, participação interativa com os quadros apresentados, composição visual, coreografias e criatividade.
Item 20 – Coreografia: Movimentos coreografados dos grupos de dança apresentados durante o espetáculo.
Critérios de avaliação: Bloco B. Coletivo. Coerência entre indivíduos e coletivos com o roteiro, disposição espacial na arena, evolução das performances de acordo com as toadas, sincronia e manutenção do ritmo durante as performances, domínio corporal e espaço cênico.
Item 21 – Organização do Conjunto Folclórico: Fluidez e organização da apresentação dentro do contexto do espetáculo.
Critérios de avaliação: Bloco A. Coletivo. Conjunto visual das cenas apresentadas nos quadros do espetáculo, disposição em que encontram suas diversidades.
FOTO: Alex Pazuello | Mauro Neto | Arquivo/Secom
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