Desfile “Encantaria – intervenções de moda étnica” une ancestralidade e arte


Parintins - O desfile Encantaria – intervenções de moda étnica, que  acontecerá  no dia 21 de junho, às 18h, no Mercado  Leopoldo Neves,  em Parintins (distante a 369 quilômetros de Manaus),  é a contrapartida social do projeto homônimo, realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (SEMCULT).   

A proposta do projeto do artista e gestor cultural, Roberto Batista, que possui larga experiência na produção de figurinos e indumentárias,  nasceu como forma de mostrar o aprendizado na  vivência como artista de figurino no Festival Folclórico de Parintins e da sua religiosidade no candomblé.  

“A ideia do projeto nasceu a partir do orgulho da minha história, como artista no Festival Folclórico de Parintins e também da minha crença, pois sou adepto de religião de matriz africana, sou candomblecista.  É a minha forma de  falar da minha arte e homenagear meus ancestrais”, explicou o proponente, que realiza uma releitura do universo das encantarias, por meio da moda. 

“Povo da mata”, “Fios e contas”, “Penachos”, “Paramentas” e “Terreiro”  são os nomes escolhidos para demarcar os grupos das 20 peças confeccionadas por Roberto Batista, que utilizou materiais convencionais e também alternativos, como: sementes, fios, contas e penas. 

Roberto esclarece que alguns trabalhos foram criados dentro da estética do circuito bovino, mas outros saem desse padrão. Ele mescla na coleção peças que mostram a ancestralidade afro, mas também a ancestralidade indígena.

“Estamos propondo  mostrar à cidade,  a produção  do que fazemos e podemos fazer, trazendo uma linguagem do desfile de moda”, informa, completando que a intérprete de libras terá um acessório específico mostrando a interação de moda, arte e inclusão. 

A moda com expressão artística 

A moda, de acordo com o artista, é uma das vertentes da economia criativa e, especificamente, neste desfile se veste da força étnica para expressar um jeito de ser e viver dos povos da Amazônia. Apesar da expressividade, Roberto enfatiza que a oferta, ainda, é pequena no circuito de moda local. 
Então, como forma de suprir a demanda, promovendo a ampliação do acesso às produções de moda, Roberto teve  a ideia de promover a apresentação das peças e dá vazão as criações.  

Ao final do projeto, a ideia é criar um  catálogo de moda, composto pelas coleções apresentadas na passarela, após o desfile. 

Impactos

“Os impactos trazidos pelo projeto circulam sobres os campos da economia criativa, mas principalmente geram a promoção e efetivação da produção de moda no interior do Estado”, explica a produtora executiva e autora do projeto técnico Irian Butel.

O projeto contou com a colaboração de uma equipe de profissionais, tanto da área artística quanto da área técnica de produção e gestão do projeto. O diretor geral e designer de moda é Roberto Batista; na produção executiva está Rômulo Vlasak; na direção artística e assessoria técnica, Irian Butel; como assistente de produção Leonam Ribeiro/Ateliê Roberto Batista. Também fazem parte da equipe, o designer gráfico, Glaedson Azevedo; os fotógrafos, Arleison Cruz e Pedro Coelho e na iluminação,  Rogério Cabral e o professor Dr. Carlos Carvalho do curso de Artes Visuais ICSEZ/UFAM que assina o projeto artístico.

O artista destaca o trabalho realizado, tanto pela equipe do ateliê e do projeto e enfatiza que o recurso da Lei Paulo Gustavo, via Secretaria Municipal de Cultura, potencializa as ações que já desenvolvia, mas hoje apresenta sob outra perspectiva. 

“Esses recursos potencializam todos os profissionais da cadeia produtiva da cultura”, avalia. 

Fotos: Arleison Cruz

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DRA. CRISTIANE BRELAZ


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