Ensino Bilíngue: Professores explicam metodologia das aulas do segundo idioma em escolas de tempo integral


O Ensino Bilíngue tem sido um estímulo de mudanças significativas para muitos estudantes da rede pública estadual. Além de proporcionar a oportunidade de adquirir fluência em um segundo idioma, o programa, implementado pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar, também tem promovido uma abordagem integrada e interdisciplinar ao currículo escolar.

Atualmente, 10 escolas estaduais oferecem o ensino de um segundo idioma, atendendo 6,4 mil alunos com Inglês, Espanhol, Francês, Japonês e Tukano (escola indígena). Tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio, os componentes com foco na educação bilíngue ocorrem na parte diversificada do currículo. Os estudantes são instruídos de forma interdisciplinar na área de Linguagem, Matemática e Ciências.

A professora da disciplina Bilíngue-Matemática, do Ceti Gilberto Mestrinho, Vanessa Corrêa, explica como funciona a dinâmica da aula para que os alunos possam assimilar e reforçar o aprendizado.

“Eles têm a oportunidade de focar na matemática e espanhol. Então, eles vão começando, no caso, nas primeiras séries, com o vocabulário básico, uma expressão de soma, subtração, multiplicação, uma raiz quadrada, potência. Eles são capazes de expressar esses cálculos, realizar os cálculos e expressá-los em espanhol e também escrever esses cálculos por extenso”, explicou a professora.

Uma formação bilíngue consiste em mais do que o aprendizado da língua em si. Além da parte gramatical e técnica, outros aspectos são contemplados, como destacou o professor de Linguagem, Ítalo Andrade, do Ceti Áurea Braga.

“Diferentemente das escolas de tempo regular, aqui nós temos uma carga maior voltada ao estudo da Língua Inglesa. Temos por volta de seis, sete aulas por semana e procuramos dividir esses tempos de aula para trabalhar mais do que a gramática. Nós trabalhamos a gramática, a compreensão auditiva, a escrita. Além disso, a gente sempre tenta trabalhar com aspectos extras, como trabalhar um pouquinho da cultura, aulas de música, dinâmicas e também preparar os alunos para o vestibular”, enfatizou o professor.

Oportunidade

A estudante Ana Larissa, 17 anos, entrou no Ensino Médio em 2022 sem saber inglês. Com o apoio do programa de Ensino Bilíngue, ela teve a oportunidade de desenvolver o idioma no Centro Educacional Tempo Integral Gilberto Mestrinho (Ceti), no bairro Educandos, zona sul de Manaus, onde estuda. 

“Quando eu cheguei aqui, tive um impacto com o inglês porque a escola é bilíngue. E todo dia, toda semana, sempre tinha inglês. Então tinha que aprender, porque, futuramente, se eu quiser entrar no mercado de trabalho, eu tenho que ter o inglês no meu currículo”, comentou a jovem.

A aluna da Escola Estadual de Tempo Integral Áurea Braga, no bairro Compensa, Ana Beatriz Ferreira, 15 anos, também faz parte do Programa, ela relata com entusiasmo sobre as aulas de espanhol que faz na instituição.

“Quando eu vim para cá, eu soube que tinha espanhol, eu me surpreendi. A gente espera mais esse tipo de matéria em aulas particulares ou cursos. Então, foi com uma oportunidade grande para mim e meus colegas, porque podemos usar isso para nosso futuro pelo bem da inclusão, que nós somos americanos latinos, ou seja, temos vizinhos latinos que falam espanhol e acho que é uma oportunidade única”, relata a jovem.

Intercâmbio

Em fevereiro, na abertura do Ano Letivo 2024, o governador Wilson Lima anunciou que alunos que estudam um segundo idioma na rede pública estadual serão selecionados para fazerem intercâmbio. O projeto em elaboração será desenvolvido em parceria com consulados e outras instituições.

FOTO:: Mauro Neto/Secom

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DRA. CRISTIANE BRELAZ


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