Uma das causas do grave acidente ocorrido na manhã desta quinta-feira, 25, com a queda de uma castanheira sobre uma residência na área do Castanhal foi a inexistência da raiz pivotante da árvore destruída pelo fogo. Três pessoas ficaram feridas.
Os fiscais da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente-Sedema, foram orientados pela secretária Socorrinha Carvalho para uma inspeção no local.
A fiscal Denise Dias e o assessor técnico Siebert Gadelha constataram o tronco queimado e resíduos sólidos ao redor, o que impactou negativamente a árvore, que ficou sem sustentação no solo, ocasionando o tombamento.
Os registros fotográficos indicam a presença de buracos próximos da raiz onde o lixo era queimado.
Quando o ambiente natural é alterado pela ocupação humana, a floresta muda toda sua configuração, o solo fica vulnerável, a camada de proteção do solo desaparece, as construções acabam por retirar raízes que antes protegiam a árvore em pé.
Na inspeção, os fiscais detectaram outras unidades na mesma situação, com os troncos totalmente queimados. O período chuvoso agrava a situação.
Em Parintins muitas moradias são construídas nas proximidades de castanheiras, ignorando os riscos que elas representam devido ao grande porte.
A Sedema tem trabalhado a orientação e alertas sobre a forma de ocupação da terra e a conscientização sobre o papel dessas árvores no meio ambiente que precisam de espaço para terem vida saudável.
A castanheira é considerada vulnerável pela União Mundial para a Natureza (IUCN) e, no Brasil, aparece na lista de espécies ameaçadas do Ministério do Meio Ambiente.
A principal causa para o risco de extinção é o desmatamento. No Brasil, castanhais são derrubados para a construção de estradas e barragens, para assentamentos de reforma agrária e para a criação de gado.
As castanheiras chegam a viver 500 anos, e podem atingir até 50 metros, o que corresponde à altura de um prédio de 16 andares.