A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) e a Escola Superior da Defensoria (Esudpam) lançam nesta quarta (8) a série especial “Cotas Raciais - Questão de Justiça”. São cinco episódios, no estilo minidocumentário, que tratam de maneira didática e contundente sobre racismo no Brasil e como a política de cotas pode contribuir para a diminuição das desigualdades raciais.
Produzida pela Diretoria de Comunicação da DPE-AM, a série traz os depoimentos das defensoras públicas negras Amanda Farias, Emille Santos, Raquel Marinho e Suian Lopes. Elas foram empossadas em 2022 após serem aprovadas no primeiro concurso público da DPE-AM com política de cotas raciais.
“Quando uma pessoa entra em alguma vaga através da política de cotas, ela não entra sozinha. Ela entra representando um ideal”, afirma a defensora Raquel Marinho em um dos episódios.
Segundo a Esudpam, além de incentivar outros órgãos públicos a adotarem a política, a proposta da série é divulgar as cotas raciais, porque muitas pessoas não utilizam esse direito por falta de conhecimento. Os vídeos trazem respostas para questionamentos como: “Passar por cotas é mais fácil?”, “Essa política fere a meritocracia?”, “Será que eu sou negro o suficiente para utilizar esse direito?”.
Os episódios serão publicados nas redes sociais da Defensoria e da Esudpam ao longo do mês. O primeiro será lançado nesta quarta (8), com o tema “Racismo no Brasil”.
“O que existe é o silêncio, o ‘não se falar’ que existe racismo no Brasil. Nós vemos a sociedade brasileira majoritariamente negra, mas esta parte da população está ligada ao empobrecimento e à falta de oportunidade”, aponta Emille Santos.
“Quando eu digo que não existe racismo no Brasil, estou dizendo que não há o que combater”, completa Amanda Farias.
Os episódios seguintes trazem os temas: “Orgulho de ser cotista”, “Ser preto o suficiente”, “Representatividade negra no sistema de Justiça” e “Meritocracia”, este último gravado com a promotora de justiça Livia Sant’anna, do Ministério Público da Bahia.
A defensora Suian Lopes dá um conselho aos negros que se inscrevem em concursos públicos: “Não tenha vergonha de acessar esse direito. Não tenha vergonha de dizer que é preto, de falar que entrou através do sistema de cotas. Representatividade importa!”.
Texto: José Augusto Souza - Foto: Fernando Crispim
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