Hacker presta depoimento à CPMI do Golpe nesta quinta-feira (17) |
Delgatti presta depoimento à comissão nesta quinta-feira
(17). O hacker comentou, em outro momento, que faria acareação com
qualquer pessoa para ajudar a comprovar as informações. “Lembrando que eu faço
qualquer acareação, caso seja necessário aqui. Estou à disposição”, afirmou ao
ser questionado pelo deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA).
Acareação é um procedimento previsto nos códigos de Processo
Civil e de Processo Penal em que são colocadas, frente à frente, duas
pessoas que defendem versões contraditórias com objetivo de se chegar à
verdade.
Entre as acusações feitas por Delgatti, está a de que
Bolsonaro ofereceu a ele indulto presidencial em troca da invasão da urna
eletrônica e de assumir a responsabilidade por um suposto grampo instalado para monitorar o
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Indulto
significa o perdão da pena, efetivado mediante decreto presidencial.
O hacker também disse que invadiu sistemas do Judiciário brasileiro a pedido da
deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que nega as acusações. Delgatti ainda
afirmou que, a pedido de Bolsonaro, orientou os militares das Forças Armadas na
elaboração do relatório sobre as urnas eletrônicas apresentado em
2022.
Outra acusação de Delgatti é que Bolsonaro e o marqueteiro dele na campanha de 2022, Duda Lima,
pediram para o hacker servir de garoto-propaganda em vídeo com
informações falsas contra a urna eletrônica.
A relatora da CPMI, Eliziane Gama (PSD-MA), informou que há possibilidade de ela pedir a acareação de Delgatti com Bolsonaro, com o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, a deputada Zambelli, ou qualquer outra pessoa citada pelo hacker. Para aprovar as acareações, é necessário convocar requerimento em reunião deliberativa da comissão.