Artigo: Semana do Meio Ambiente: apelo pela mudança de hábitos


Por: Marcellus Campêlo*

O alerta deste ano, pelo Dia Mundial do Meio Ambiente (05 de Junho), é a poluição plástica, tema que embala (literalmente) as ações durante toda a semana. A preocupação tem muito sentido. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), são produzidas mais de 400 milhões de toneladas de plástico, por ano, em todo o mundo. Um terço desse material é usado uma única vez e apenas 10% é reciclado.

Todos os dias são despejados nos rios e oceanos o equivalente a dois mil caminhões de lixo plástico, disse em mensagem de vídeo sobre a data, o secretário-geral da ONU, António Guterres. Ele aponta para consequências catastróficas, como o agravamento da crise climática, já que o plástico é feito de combustíveis fósseis e leva mais de 400 anos para se decompor na natureza. Quando isso ocorre, libera gases de efeito estufa, poluindo o meio ambiente e contribuindo pesadamente para o aquecimento global. 

Na esteira do tema deste ano, vem junto outras tantas preocupações que devemos ter com a preservação do planeta. Muitas vezes até questionamos se os apelos têm surtido efeito, mas sim, a questão ambiental está cada vez mais presente na vida das pessoas, nas escolhas que são feitas no dia a dia. Não resta dúvida. O que precisamos, agora, é dar um passo largo à frente, em direção a soluções efetivas, não somente por parte dos governos, no mundo, mas das empresas e do cidadão, mudando hábitos e cobrando os seus direitos como consumidor. 

No Amazonas, destaco dois exemplos, no âmbito da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Serdurb), que têm dado grandes resultados em ganhos ambientais. São eles: o Programa Social e Ambiental de Manaus e Interior (Prosamin+) e o Ilumina+ Amazonas. Executados pela Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), órgão vinculado à Sedurb, os dois programas estão inteiramente conectados à agenda global de sustentabilidade ambiental e alinhados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU. 

O Prosamin+ está reflorestando uma área de 110.521,40 m² em Manaus. Um dos grandes objetivos do projeto de reflorestamento empregado no programa é criar um corredor verde, ligando duas unidades de conservação muito importantes: as Áreas de Preservação Ambiental (APA) Floresta Manaós, no Aleixo, centro-sul, e Sauim Castanheiras, no Puraquequara, zona leste. Estão sendo utilizadas, para isso, 15,5 mil mudas de espécies nativas da região.

Esta é a primeira vez, em 16 anos de programa, que a recuperação arbórea vai além do paisagismo, nas áreas contempladas pelo Prosamin. E o reflorestamento, nós sabemos, é uma ação de extrema importância, por contribuir para a diminuição de gás carbônico na atmosfera, melhorando a qualidade de vida da população do entorno.

Na outra ponta, com o Ilumina+ Amazonas, o Governo do Estado inova e contribui também com o meio ambiente. O programa, lançado pelo governador Wilson Lima em maio do ano passado, está promovendo a modernização da iluminação pública do interior, substituindo as lâmpadas de vapor de sódio, de mercúrio, mistas ou fluorescentes, por luminárias de LED, mais modernas e que não utilizam na composição metais pesados. Com isso, ajuda a diminuir a poluição, com a redução das emissões de carbono. Já são 32 municípios beneficiados com o programa, uma contribuição para a população dessas cidades, mas sobretudo, para o planeta. 

Temos muitos outros exemplos que vêm sendo praticados nos outros órgãos do estado e uma atuação destacada da Secretaria de Meio Ambiente. Várias frentes estão sendo atacadas e os avanços já são sentidos. Um deles vem muito ao encontro do tema deste ano da Semana do Meio Ambiente. Trata-se da implantação da lei estadual que proíbe, no Amazonas, a venda de sacolas plásticas descartáveis, que não sejam biodegradáveis, nos estabelecimentos comerciais.

Não foi fácil, mas a adesão das empresas já vem ocorrendo, os órgãos de fiscalização têm atuado fortemente e o cidadão começa a fazer da ecobag a sua companheira de compras, além de estar mais afiado para fazer suas escolhas de consumo. A união de esforços tem feito a diferença e o cenário vem sendo modificado.

Entendemos que não há mais como voltar atrás, mas é preciso acelerar o passo. As soluções estão postas e temos plena consciência dos movimentos que devem ser feitos para minimizar o impacto da ação do homem sobre o meio ambiente. É um caminho que passa pela adoção dos 5 R’s da sustentabilidade: repensar, reduzir, recusar, reutilizar e reciclar. Um exercício que deve ser feito por todos e todo dia.  

*Marcellus Campêlo é engenheiro civil, especialista em saneamento básico; exerce, atualmente, o cargo de secretário de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Amazonas

Foto: Tiago Corrêa

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