Parintins: “Governador, cumpra sua promessa de campanha”, dizem professores ao anunciar permanência da greve em reunião com pais de alunos

Texto: Marcondes Maciel DRT-J/AM 871 - Fotos: Daniel Sicsu e Marcondes Maciel 

“Governador, cumpra sua promessa de campanha, quando disse que em seu governo professor não precisaria fazer greve por reajuste salarial”. Essa foi uma das principais frases estampadas em cartazes pelos professores durante reunião com os pais de alunos na tarde desta sexta-feira, 26 de maio, em Parintins. 


O encontro de esclarecimento e para ouvir os pais e responsáveis de estudante aconteceu no auditório Dom Arcângelo Cerqua, no centro da cidade. Na ocasião o comando do movimento paredista anunciou a permanência da greve na próxima segunda-feira.


Na reunião que contou com um grande número de pais de alunos, o comando de greve no município ganhou a adesão de vários grêmios estudantis e dos próprios pais de estudantes. 

 “A nossa agremiação está apoiando os professores, e quero convidar os pais e alunos que ainda não aderiram à greve, que venham fazer parte dessa luta, porque vocês são essenciais para o sucesso da luta”, disse o estudante Edivaldo Souza, presidente do Grêmio Estudantil da Escola Estadual Irmã Sá, ao fazer uso da palavra na reunião. 


De acordo com Edivaldo os estudantes da Escola Irmã Sá estão 100% apoiando as reivindicações dos professores. 

“Só estão indo para a escola os alunos que fazem curso no Cetam. Como diz o ditado: água mole e pedra dura, tanto bate até que fura. Assim nós iremos bater, bater, bater até o governador liberar os vinte e cinco por cento de reajuste dos professores”, afirmou o líder estudantil.  


A mãe de aluno, Artemísia Souza, criticou o governador Wilson Lima pelo fato de o mesmo autorizar o desconto dos dias de greve no salário dos professores, sendo que esses os dias de aulas também não serão reposto, uma vez que após o desconto em folha os professores não terão mais a obrigação de repor os dias paralisados. 

“Então, o governador não está tirando somente os salários dos professore, ele está tirando o direito de aulas dos nossos filhos. O meu filho está no sexto ano e o meu filho está em greve também. Eu apoio os professore porque eu sou ser humano”, assegurou a senhora Artemísia. 

Reivindicação 

A categoria cobra um reajuste salarial de 25%. Essa é a principal reivindicação dos professores. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam), a data-base 2023 dos trabalhadores da rede estadual venceu no dia 1º de março.

O sindicato também pede reajuste nos valores do vale-alimentação e auxílio-localidade; revisão do Plano de Cargos Carreira e Remuneração; e manutenção do plano de saúde e extensão para os aposentados.

Desconto no salário 

Segundo o comando de greve, como forma de pressionar os professores a retornarem, o Governo do Estado autorizou o desconto na folha de pagamento dos dias não trabalhados pelos educadores na greve. A coordenação do movimento grevista afirma que o desconto por sete dias de greve varia entre R$ 500,00 a R$ 2.500,00. Entre outras posturas contra os grevistas, os professores denunciam assédio moral por parte de gestores de escolas, principalmente para com os educadores contratados pelo processo seletivo. 

Um dos professores que teve mais de R$ 2 mil descontados de seu salário está o profissional da educação Ítalo Ferreira. Ele usou a palavra na reunião e disse quando se desconta o pagamento, as aulas correspondentes aos dias de paralisação não têm como serem respostas, e que não tem como completar os 200 dias letivos previstos nos planos de aula. 

“Nesse encontro a família está presente, mas o Estado está ausente. Aqui termos especialistas, mestres e doutores que tiveram que estrar na justiça para conseguir seus benefícios, porque não recebem o que é de direito. É lamentável”, pontuou Ítalo.

O professor disse ainda que o governo usa a pressão psicológica quando informa para os pais de estudantes que o benefício do Bolsa Família será cortado caso os alunos não compareçam às aulas.  

Ação judicial 

No dia 15 passado, o desembargador Domingos Chalub, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), atendeu uma ação civil pública do Governo do Amazonas proibindo os professores da Secretaria de Educação do Amazonas (Seduc) de iniciarem a greve. 

A decisão impôs ao Sinteam, multa diária de R$ 30 mil enquanto durar a paralisação. Porém, o movimento paredista vai se manter até o governador conceder o reajuste dos 25%, asseguram os professores.

Abaixo-assinado

Como uma das deliberações da reunião com os pais de alunos em Parintins, na segunda-feira, 29 de maio, o comando de greve estará na Praça da Liberdade, a partir das 7h para coletar assinatura para referendar apoio dos pais e da comunidade ao movimento.

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DRA. CRISTIANE BRELAZ


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