Escola São José Operário realiza exposição “Expressões Visuais dos Povos da Amazônia”

Fotos: Divulgação

 

Alunos e professores da Escola Estadual São José Operário realizaram ontem (09/10) uma atividade que pertence ao projeto interdisciplinar “Quintal Social - Mosaico de Saberes” com a exposição “Expressões Visuais dos Povos da Amazônia”. Veja mais fotos abaixo:

O projeto se alinha ao núcleo afro indígena do projeto macro da Escola Estadual São José Operário, bem como as ações formativas relacionadas ao Dia Internacional dos Povos Indígenas.

Trata-se de uma iniciativa artística e pedagógica a qual tem por objetivo compreender os aspectos históricos, míticos e lendários das construções do imaginário indígena na Amazônia; conhecer as técnicas da cerâmica, arte plumária e grafismo; promover a pesquisa das representações visuais, linguísticas, culturais, religiosas, referências geográficas e sua reivindicação pelo reconhecimento social e político dos povos indígenas da Amazônia.

A exposição foi idealizada pela professora Irian Butel – professora, historiadora, especialista em Arte-educação, produtora e gestora cultural. As ações propostas foram desenvolvidas com os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental II, vinculadas a sequência didática Povoadores da Terra, Povoadores da América e Povos da Amazônia, o que implica compreender a construção do conhecimento histórico e o manuseio das fontes orais, visuais, escritas e materiais de forma concreta.

Esta intervenção se fundamenta na metodologia de projetos integradores que reúnem as áreas do conhecimento para construir resultados que priorizam a formação intelectual dos educandos, bem como sua formação social. Assim a História é a protagonista em conjunto com a Artes, Arqueologia, Geografia, Matemática, Ciências, Língua Portuguesa, bem como busca estabelecer parcerias para o desenvolvimento e construção de práticas pedagógicas eficazes dentro e fora de sala de aula.

A proposta cumpre as determinações da Lei n. 11.645 de 10 de março de 2008, que altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.

Saiba mais sobre o projeto:

2. CONCEITO

A EXPOSIÇÃO EXPRESSÕES VISUAIS DOS POVOS DA AMAZÔNIA é produzida a partir dos conceitos: pesquisa, criação e materialização. O processo criativo dos alunos foi alimentado por referências textuais e visuais e ganham materialidade por meio das expressões artísticas como pintura e desenho. Assim, unimos os saberes técnicos oriundos de um processo de leitura e pesquisa de fontes, aos conceitos socioambientais de produção limpa. Buscou-se trabalhar a importância e a necessidade de reutilização de resíduos sólidos, assim o papelão é o suporte que abriga desenhos e grafismos em uma ressignificação de um resíduo que seria descartado na natureza. Os artistas que compõem a exposição são alunos das turmas de 6º ano do turno matutino da Escola Estadual São José Operário – Parintins/AM. As obras expostas são fruto das Oficinas de Pesquisa e Produção Visual e estão organizadas em módulos temáticos denominados::

VESTÍGIOS – RECITAL

ARQUEOLOGIA – UMA ATIVIDADE MUITO DIVERTIDA

SOB NOSSOS PÉS

MITOS DE CRIAÇÃO EM STORYBORD

GRAFISMO – A ESCRITA SAGRADA

CERÂMICA – MOLDANDO A HISTÓRIA

3. MODULOS TEMÁTICOS

VESTÍGIOS

RECITAL: IZABELA MACEDO CONCEIÇÃO, RAFAELLY SILVA CABRAL E VITORIA SARAH MENEZES MACHADO                                             

Ameríndia, trago em mim traços pré-históricos divididos entre caça e andanças, plantas e paragens. No tempo, me divido: sou paleoíndio, arcaico, formativo. Guardo o DNA de criaturas raras, a grande preguiça de uma Amazônia Quaternária.

A ancestralidade cantada dos mitos, das lendas, dos ritos de passagem e comunhão, pois canto a vida dos seres encantados do fundo rio, das criaturas da noite, das gentes das matas. Histórias que ouvi dos meus avós, e estes ouviram de seus bisavós: “Menino, não vai pro rio, essa é a hora da cobra grande”; “Olha, não vai mexer no quintal da dona Felipa, ela se enjera pra onça”. Ensinamentos dos mais velhos e sua relação de intimidade com o invisível presente em cada ser sobre a terra.

Há quem diga que sou inferno, contudo fui domesticada por mulheres que semearam em mim várias espécies que alimentam, que curam e que embelezam.

A essas mulheres sementeiras, me moldo em argila, vestígios, realidades de tempos vividos e desconhecidos do agora. Um quebra-cabeça infinito do ser e estar no mundo. Fragmentos de uma vida, rastros e cacos de um saber curioso e rico em traços.

Observar e interpretar são requisitos da leitura, mas não tem um A para ler? Não sabes ler em cores e linhas? Minha grafia são traços sagrados que inscrevem a pintura da luta, do casamento, do poder.

Vês minhas folhas, minhas aves, minhas cores, minhas águas? Sou bem mais que algo distante, estou sob teus pés que mesmo concretados pela ideia de cidade, vibro em força vital esperando que possam perceber os rastros por mim deixados, para que possamos sobreviver e prolongar o existir das vidas.

Sou a História escrita e vivida todos os dias. Sou a riqueza dos povos originários. Sou a memória ancestral contada e cantada por esses caminhos de rios. Sou o passado e o presente, mas não chego a saber se serei futuro. Sou a AMAZÔNIA!

Por: Irian Butel

ARQUEOLOGIA – UMA ATIVIDADE MUITO DIVERTIDA

Conforme defende Funari (2003), a Arqueologia se caracteriza como uma ciência que se debruça sobre o estudo da materialidade elaborada pelas sociedades humanas como um dos aspectos de sua cultura – em sentido amplo – sem limitar-se ao caráter cronológico. A Arqueologia, portanto, é uma das disciplinas científicas que estudam as relações entre cultura material e sociedades estabelecidas na longa duração.

Para tratar sobre arqueologia com alunos do 6º ano fizemos uso do material didático ARQUEOLOGIA – UMA ATIVIDADE MUITO DIVERTIDA do Laboratório de Arqueologia Pública Paulo Duarte, que fundamentou a aula passeio ao sítio arqueológico do Macurany, visita guiada pela professora mestra Clarice Bianchezzi do curso de Licenciatura em História da CESP/UEA, doutoranda em Antropologia, com pesquisa destinada aos sítios arqueológicos.

Para materializar o aprendizado utilizamos o recurso pedagógico denominado Diagrama Visual, com objetivo de estimular a percepção, pesquisa, capacidade de síntese e organização estética do conteúdo aplicado. O diagrama visual é uma técnica de estímulo ao pensamento criativo. A maioria das pessoas associa a criatividade a habilidades como pintar, cantar ou escrever, mas alguém que não domina essas técnicas também pode ser um pensador criativo. Como? O pensamento criativo é o processo de chegar a algo novo; olhar para uma situação problema e encontrar uma solução inovadora, é um estimulo a iniciativa pessoal e coletiva. O pensamento criativo pode ser desenvolvido com a prática e é acessível a todos.

SOB NOSSOS PÉS

O despertar da curiosidade dos educandos é uma meta constante. Assim, no decorrer das atividades em sala de aula instigamos essa curiosidade por meio de atividade dirigidas. Ao falarmos sobre os períodos paleolítico e neolítico as curiosidades versaram sobre os animais de grande porte. Yan Kaiky Brandão Beltrão, aluno do 6º ano da Escola Estadual são José Operário, traz uma pesquisa sobre matérias publicadas que tratam sobre o período pré-histórico e ancestral amazônico. Os conteúdos trabalham os temas Humanos Ancestrais, Múmias no Brasil e o Titanossauro de Marília, sendo esta a que mais chamou-lhe a atenção pois trazia a imagem do fóssil do animal descoberto por paleontólogos que são informações históricas sobre a presença de vida na terra. Em sua descoberta Yan Kaiky declara: “nossa história está enterrada sob nossos pés, estou curioso para descobrir mais.”

MITOS DE CRIAÇÃO EM STORYBORDY

Este módulo é composto por duas linguagens: tradição oral e comunicação visual. Conceitualmente, os mitos são narrativas que traduzem o modo de viver e de pensar de um povo, sociedade, etnia. São eles que dão significados ao presente com base no que foi aprendido anteriormente, repassado de geração a geração por meio da contação de estórias. Expressam a vida social, os rituais, assim carregam em si a diversidade cultural dos povos e suas respectivas formas de compreender a vida, o tempo, o espaço.

Para traduzir os mitos de criação dos Povos da Amazônia, utilizou-se o recurso do Storyboard, uma ferramenta de organização visual das ideias, muito comum no planejamento de vídeos e histórias em quadrinhos.

Neste contexto, o desafio era traduzir em imagens os mitos de criação dos povos SATERE MAWE, TIKUNA, KANAMARI, TEMBÉ, TAUREPANG, DESSANA sem utilizar qualquer tipo de comunicação verbal.

Os grupos realizaram a pesquisa textual e escolheram as formas geométricas e o estilo de ilustração de seus respectivos temas. Os materiais utilizados nesta criação foram: papel A4, barbante cru, cola branca, lápis de cor, pincel atômico, giz de cera e papelão – o uso do papelão como suporte, traduz a concepção de reutilização dos materiais descartáveis e assim reduzir seu descarte na natureza.

O módulo temático MITOS DE CRIAÇÃO EM STORYBORDY é composto pelas obras:

HISTÓRIA DO ROUBO DO FOGO – POVO TEMBÉ

ARTISTAS – ANABELA TAVARES COSTA, FERNANDA CIDADE MATOS, MARIA ALICE LIMA DE ASSIS, SOPHIA VITÓRIA BENTES CASTRO.

HISTÓRIA DO SOL E DA LUA – POVO TAUREPANG

ARTISTAS – GLECIANA DE SOUZA REIS, JUSSARA ALVES DA SILVA, SARA DA SILVA MANAÇAS, YANNA RAMONA COSTA BRITO.

HISTÓRIA DO ROUBO DO FOGO – POVO TIKUNA

ARTISTAS – GULHERME CORREA NUNES, MATEUS SANTOS DE SOUZA, RAFAEL MARTINS CARIOCA.

LENDA DO GUARANÁ – POVO SATERE MAWÉ

ARTISTAS – ANA LUISA SILVA BRANDÃO, ARTHUR ALBUQUERQUE DO NASCIMENTO, ISADORA DE SOUZA MORAES DOS SANTOS, KAUANA BEATRIZ SILVA VASCONCELOS, MARIA LUISA OLIVEIRA GUERRA, SUZAN KELLY DE SOUZA LOPES, YAN KAIKY BRANDÃO BELTRÃO.

MITO DE CRIAÇÃO – POVO DESSANA

ARTISTAS – PAULO HENRIQUE MUNIZ DIAS, RHYAN CRISTHIAN OLIVEIRA DE SOUZA.

HISTÓRIA DO SOL E LUA – POVO KANAMARI

ARTISTAS – MIKAEL ANDRADE ROCHA, ROSINALDO PICANÇO ROCHA NETO, WALACE LUIZ LIMA MIRANDA.

GRAFISMO – A ESCRITA SAGRADA

Esta coleção se constrói em duas fases de extrema importância: 1º fase oficina de produção de pigmentos naturais ministrada pela professora Michele Souza, na ocasião foram produzidos pigmentos a partir do carvão, açafrão, colorau, argila vermelha, argila marrom. 2º fase: Esta etapa é constituída da oficina de pesquisa e produção visual e para qual foi utilizado o livro Arte e corpo: Pintura sobre a pele e adornos de povos indígenas brasileiros (Funarte 1985).  Os grupos escolheram as etnias a serem representadas em telas cujo tema é o grafismo.

Em muitas sociedades indígenas, a decoração do corpo confere ao homem a sua dignidade humana, o seu ser social, o seu significado espiritual e identidade grupal. A decoração é concebida para o corpo, mas o corpo só existe através dela. Essa dualidade corpo – forma plástica – e grafismo – comunicação visual – expressa uma dualidade mais profunda – a do indivíduo e a da personalidade social que deve encarnar. Entendia assim, a decoração é a projeção gráfica de uma realidade de outra ordem. (FUNARTE. Arte e corpo: Pintura sobre a pele e adornos de povos indígenas brasileiros, 1985).

Diante destes referenciais os alunos produziram telas com inspiração nos grafismos dos povos indígenas. O objetivo dessa oficina não restringe a pintura pela pintura, mas agregar saberes de produção de pigmentos naturais, a exemplo do fazer dos povos indígenas, a compreensão dos padrões gráficos nas construções das representações sociais e religiosas, bem como a reutilização de materiais para fins criativos.

Assim, a coleção é composta por seis telas que ilustram o grafismo ASURINI, JURUNA, WAIÃPI, BANIWA, KAYAPÓ.

TELA ASSURINI – MOTIVO DZA E KY

PIGMENTO – CARVÃO

ARTISTAS – ANABELA TAVARES COSTA, FERNANDA CIDADE MATOS, MARIA ALICE LIMA DE ASSIS, SOPHIA VITÓRIA BENTES CASTRO.

TELA ASSURINI – MOTIVO KUIAPEI

PIGMENTO - AÇAFRÃO

ARTISTAS – GULHERME CORREA NUNES, MATEUS SANTOS DE SOUZA, RAFAEL MARTINS CARIOCA.

TELA JURUNA – MOTIVO PINTURA DO MEIO DA PERNA

PIGMENTO – ARGILA PRETA

ARTISTAS – PAULO HENRIQUE MUNIZ DIAS, RHYAN CRISTHIAN OLIVEIRA DE SOUZA.

TELA WAIÃPI – MOTIVO ESPINHA DE COBRA SUCURIJU

PIGMENTO – COLORAL E ARGILA PRETA

ARTISTAS – GLECIANA DE SOUZA REIS, JUSSARA ALVES DA SILVA, SARA DA SILVA MANAÇAS, YANNA RAMONA COSTA BRITO.

TELA BANIWA – PADRÕES GRÁFICOS

PIGMENTO – ARGILA VERMELHA E ARGILA PRETA

ARTISTAS – MIKAEL ANDRADE ROCHA, ROSINALDO PICANÇO ROCHA NETO, WALACE LUIZ LIMA MIRANDA.

TELA KAYAPÓ – TRANÇADOS

PIGMENTO – ARGILA VERMELHA

ARTISTAS – ANA LUISA SILVA BRANDÃO, ARTHUR ALBUQUERQUE DO NASCIMENTO, ISADORA DE SOUZA MORAES DOS SANTOS, KAUANA BEATRIZ SILVA VASCONCELOS, MARIA LUISA OLIVEIRA GUERRA, SUZAN KELLY DE SOUZA LOPES, YAN KAIKY BRANDÃO BELTRÃO.

CERÂMICA – MOLDANDO A HISTÓRIA

A coleção é composta por 37 peças produzidas a partir da oficina de cerâmica ministrada pela professora mestra Clarice Bianchezzi do curso de Licenciatura em História da CESP/UEA, teve como colaboradores os acadêmicos do curso de História do CESP/UEA Alef Fernandes Cruz, Arnoud de Oliveira Batista Filho e do curso de Matemática do CESP/UEA David Carvalho Machado. Ação direcionada aos alunos do 6º ano 1 e 2 da escola Estadual São José Operário.

A oficina é um desdobramento da aula passeio ao sítio arqueológico do Macurany – Parintins/Am e se dividiu em três fases: modelagem, polimento, decoração (incisão e pintura). O objetivo se fundamenta na construção da compreensão sobre as técnicas e saberes dos povos originários, reconhecer espaços de valor patrimonial e perceber o tempo de trabalho e produção de um artefato, bem como a matéria-prima e suas misturas empregadas e o conjunto de técnicas e instrumentos usados neste processo do saber fazer passado de pessoa a pessoa ao longo do tempo (do vestígio arqueológico a atualidade).

A cerâmica é um dos vestígios da presença de povos ancestrais na Amazônia. Na região do Baixo Amazonas, em particular em Parintins, destacam-se algumas indústrias cerâmicas denominadas: pocó-açutuba e konduri. Os fragmentos encontrados apresentam padrões gráficos, pinturas e formas diferenciadas como: panelas, assadores, torradores, urnas funerárias, utensílios de diversos usos.

Escolhemos fazer o chocalho na moldagem com os estudantes, porque este objeto requer as principais técnicas: moldagem, secagem, polimento e decoração que compõem o processo de fazer a cerâmica, sendo a etapa final a queima. O resultado direto, agrega também, em suas incisões e pinturas, outros conteúdos abordados em sala de aula, bem como o referencial visual adquirido por meio da aula passeio.

Os resultados indiretos direcionam para as percepções do grau de habilidade exigido para realização da tarefa de moldar, bem como nos apresenta a compreensão de que ao moldar a argila estamos moldando também a história usando as mãos.

4. O LOCAL

Escola Estadual São José Operário

5. PÚBLICO ALVO

Alunos e professores da Escola Estadual São José Operário, artistas locais, produtores e gestores culturais, professores colaboradores membros de outras instituições bem como membros da Coordenadoria Regional de Educação.

6. FICHA TECNICA

Classificação/Tipo: Exposição Coletiva

Artistas: Alunos Do 6º Ano 1 E 2

Recital: Izabela Macedo Conceição, Rafaelly Silva Cabral e Vitoria Sarah Menezes Machado

Fotos: Pedro Coelho

Texto: Irian Butel

Revisão: Larice Butel, Michele Souza, Francimary Bentes e Clarice Bianchezzi

Designer: Glaedson Azevedo

7. REFERENCIAL TEÓRICO

BOULOS, Alfredo Júnior. História sociedade & Cidadania: 6o ano: ensino fundamental: anos finais. 4a  ed. – São Paulo: FDT, 2018.

FUNARTE. Arte e corpo: Pintura sobre a pele e adornos de povos indígenas brasileiros (Funarte 1985)

https://www.gov.br/funai/pt-br

https://www.ibge.gov.br/

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm

http://itaucultural.org.br

http://portal.iphan.gov.br/dicionariopatrimoniocultural

http://pib.socioambiental.org

Laboratório de Arqueologia Pública Paulo Duarte. Arqueologia: uma atividade muito divertida. Campinas: Caluh, 2014. 


 
















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DRA. CRISTIANE BRELAZ


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